Há mais de dez anos atrás, os moradores da aldeia siciliana de Canneto di Caronia, na Itália, tiveram que lidar com inúmeros incêndios misteriosos. Sem nenhuma explicação, os locais presenciaram a combustão espontânea de colchões, camas, carros, geladeiras e até mesmo telefones celulares.
Na época, os episódios atraíram a atenção de geólogos, físicos e vulcanólogos. No entanto, nenhum dos profissionais conseguiu fornecer uma explicação científica para os bizarros fenômenos.
Naturalmente, os moradores começaram a se apoiar em teorias que fogem um pouco da lógica. Alguns até buscaram justificativas com base na religião, culpando poltergeists e demais forças demoníacas.
Tudo começou em janeiro de 2004, quando, sem nenhuma causa aparente, eletrodomésticos, inclusive fogão e aspirador, começaram a pegar fogo. Com o intuito de tentar cessar os incêndios, a companhia elétrica local cortou o fornecimento de energia. A atitude, no então, foi em vão.
Consequentemente, a aldeia foi evacuada. Sem a presença dos moradores, o governo instaurou uma investigação. O ato também não funcionou. Os especialistas e autoridades não conseguiram descobrir o que provocava os incêndios e o problema se manteve.
Mesmo com a chegada de vulcanólogos do Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia e de uma equipe de especialistas da Marinha italiana, as chamas seguiram aparecendo. Meses se passaram e, como a aldeia estava vazia, os incêndios deram uma trégua. No entanto, quando os moradores retornaram, as chamas eclodiram novamente.
Basicamente, os aldeões tiveram que aprender a conviver com o inexplicável problema. Como se os incêndios não fossem suficientes, outros eventos passaram a aterrorizar os locais. Canos começaram a jorrar água, espelhos se reduziam em pedaços e uma plantação inteira de berinjelas foi comprometida.
Nesse tempo, houve também relatos de aparelhos de ar condicionado que derreteram espontaneamente, vidros de carros implodiram, discos rígidos foram apagados e os portões automáticos de algumas residências começaram a abrir e fechar aleatoriamente. Além disso, muitos animais morreram.
Um ano depois
Em abril de 2005, o governo italiano criou uma Força-Tarefa especial. Oficiais de alta patente do exército, engenheiros, arquitetos, geólogos e físicos se reuniram para investigar a situação que assombrava a aldeia.
O grupo, incansavelmente, vasculhou toda a área. Mesmo assim, os resultados foram inconclusivos. Em 2007, um jornal italiano publicou um relatório do Departamento de Proteção Civil. De acordo com o documento, os incêndios eram causados por ‘alienígenas’, pois os focos eram ocasionados ‘por emissões eletromagnéticas cuja potência variava entre 12 e 15 gigawatts. A investigação foi encerrada um ano depois.
Na ausência de evidências tangíveis, os moradores da aldeia voltaram a crer em teorias sobrenaturais. O conselheiro de saúde e segurança da Sicília, Vittorio Alfieri, disse em uma entrevista que os incêndios foram causados por ‘uma entidade’ que ‘se transfere de uma casa para outra’.
“Uma casa no térreo pegou fogo e, então, foi o fogo mudou-se para uma casa próxima”, explicou.
Como o fogo não cessava, os locais foram evacuados novamente. As inúmeras teorias pairam até hoje sobre a região. E o motivo segue desconhecido. Há quem acredite que os incêndios eram causados por um único morador, mas ninguém conseguiu provar.
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