No mar a 14km da cidade de Nagasaki fica a pequena ilha de Hashima, ela também é conhecida como Gunkanjima (軍艦島) que significa navio de guerra devido à sua forma atual. Em 1887 foi descoberta uma jazida de carvão na ilha e então a empresa Mitsubishi comprou a ilha para explorar esse carvão, alguns anos depois a empresa mandou construir edifícios na ilha para os seus trabalhadores habitarem.
Rapidamente Hashima tornou-se um cidade com com blocos de apartamentos, escolas, mercados, um teatro e um hospital. Depois durante a segunda guerra mundial a ilha viveu um período negro, prisioneiros de guerra vindos da Coreia e da China eram levados para as minas da ilha onde eram obrigados a fazer trabalho esforçado, eles faziam a tarefas mais perigosas e viviam em condições péssimas, passavam fome. Estima-se que milhares desses prisioneiros morreram nas minas devido às más condições, exaustão e fome. A ilha vizinha, chamada de Nakanoshima, foi transformada num crematório onde os corpos eram levados.
Depois da guerra chegou a era mais próspera da história da cidade, água potável canalizada foi introduzida na ilha em 1957 e isso possibilitou a criação de alguns jardins no telhado de alguns edifícios. Nessa época a cidade chegou a ter 5259 habitantes o que tornava Hashima um dos locais do mundo com maior densidade populacional.
Mas esses tempos foram breves e poucos anos depois o carvão começou a esgotar-se e o petróleo tornou-se a fonte de energia principal o que levou a uma redução drástica do preço do carvão. Por isso 1974 a Mitsubishi fechou as minas e Hashima foi abandonada.
Olhando para o aspecto desta cidade aparentemente pós-apocalíptica e lembrando o seu passado sombrio, talvez não seja tão surpreendente que Hashima tenha fama de ser assombrada. Há relatos de aparições na ilha, vultos nas janelas dos edifícios ou vagueando nas ruas. Barcos que passam pela ilha às vezes relatam estranhas luzes entre as ruínas ou ruídos inexplicáveis vindos da cidade deserta. As áreas mais assombradas parecem dentro das minas onde tantos trabalhadores e prisioneiros de guerra morreram. Os visitantes da ilha também relatam a sensação de serem tocados ou acariciados por mãos invisíveis. Embora muito tempo fechado ao público, várias pessoas invadiam secretamente a ilha para acampar por curiosidade. Hashima apareceu no filme Inception serviu como inspiração para o covil do vilão, Raoul Silva, no filme de James Bond Skyfall.
Depois de 32 anos a ser degradado pelo tempo, o local em 2009 foi reaberto para visitas, os turistas que queiram conhecer a ilha podem apanhar uma viagem de cinquenta minutos de barco e entrar na ilha. O que sobra na ilha é uma cidade fantasma parada no tempo, os edifícios continuam intactos e muitos objetos foram deixados para trás, uma ilha ideal para um explorador urbano.
Em 2015 a UNESCO reconheceu a ilha como patrimônio mundial o que reduz a chances de Hashima voltar a ser uma ilha habitada.
O youtuber Exploring with Josh, que tem um canal em que ele viaja pelo mundo a fazer exploração urbana e visitando vários locais abandonados pôs hoje um vídeo a explorar a ilha, mais concretamente o hospital por isso vale a pena dar uma olhada.
Em 2013 o Google disponibilizou imagens de StreetView da ilha, com isso fizeram o projeto Hashima Island The Forgotten World um site que aproveita essas imagens da Google para criar uma tour virtual pela cidade, lá mostram os locais como a escola primária, a minha de carvão e o que eles chamam de escada para o inferno e contam a história desses enquanto de fundo ouve-se sons que tornam o clima mais sombrio. Vale a pena explorar a cidade por este site a aprender mais sobre a história da ilha
Hashima é realmente um lugar único e enigmático, assombrada pelo passado e talvez fantasmas, que permanece ainda parada no tempo enquanto as ondas, a civilização e os anos passam à sua volta.
Assista o vídeo:
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