A foto de uma jovem assassinada em 1986, no interior de Palmitinho, no Norte do Estado do Rio Grande do Sul, tem causado polêmica entre os moradores da cidade. Clenir de Cezaro foi encontrada morta no poço da casa da família com ferimentos na cabeça e no pescoço, após ficar sozinha.
A alteração na fotografia, que fica na Capela onde o corpo está enterrado, está intrigando a comunidade e mobilizando moradores que tentam provar um milagre.
O que chama a atenção é que as manchas, que se assemelham com sangue, apareceram na cabeça, no mesmo local onde a garota foi ferida. "As pessoas estranharam muito e por isso me chamaram para ver o caso. Me deixou intrigado, claro, mas tudo ainda será analisado tecnicamente", afirma o padre Amadeo Balestrin, amigo da família há anos.
Manchas vermelhas na foto intrigam comunidade
O quadro com a imagem de Clenir ficava em um santuário, construído perto do cemitério da Linha Boa Vista, no interior da cidade, onde o corpo de Clenir foi sepultado.
No último ano, o local foi incendiado duas vezes. A primeira no dia de finados, devido à quantidade de velas levadas. O segundo incêndio, cerca de 15 dias depois, foi apontado pela perícia como criminoso, mas sem identificação do autor.
Incêndio atingiu Capela duas vezes em 2014
O Padre Amadeo Balestrin, que acompanha a família, recolheu a fotografia e levou para análise a um laboratório de fotografia, que não conseguiu concluir os motivos da alteração. Na terça-feira (dia 7 de julho de 2015), químicos também tratam de realizar a análise para descobrir o que motivou as manchas. O religioso afirma que o caso é misterioso, mas que só se manifesta após uma análise mais técnica.
O caso
Foto de Clenir de Cezaro antes do aparecimento da anomalia fotográfica.
O crime, que nunca foi solucionado, chegou a ter um suspeito preso. O homem tinha marcas no pescoço, o que indicava uma possível luta com a menina antes do assassinato. No entanto, nunca foi comprovado e ele foi solto.
Anos depois da morte dela, o homem morreu de câncer, devido a complicações geradas a partir de um tumor no pescoço, mesma região dos ferimentos da vítima, outro fato que provoca curiosidade e polêmica entre os moradores de Palmitinho.
Foto de Clenir de Cezaro após o aparecimento da anomalia fotográfica
que se assemelha a sangue.
O túmulo da menina é local de peregrinação para fiéis da região de Linha Boa Vista. Entre fiéis, existe a crença de que Clenir é uma milagreira, apesar de nenhum caso ter sido confirmado.
Instituto vai analisar manchas em imagem de menina assassinada
O Instituto Geral de Perícias (IGP) do Rio Grande do Sul afirmou que vai analisar as manchas na imagem da menina Clenir de Cezaro, morta aos 14 anos, em 1986, no interior de Palmitinho, no Norte do Estado.
Segundo a assessoria do órgão, o IGP também tem um núcleo de pesquisas e justifica a análise já que existe o fato de comoção e mobilização popular para descoberta do mistério. Além disso, é o único órgão no Estado que possui os equipamentos e produtos químicos necessários para identificar o agente que fez a alteração na imagem.
No laboratório, a imagem registrou alterações, note as datas e os horários onde foi verificada nova anomalia na imagem.
O cônego Alexander Mello Jaeger, responsável pelo acompanhamento a partir da Igreja Católica, está com a guarda da imagem original e deve encaminhar aos peritos nos próximos dias.
Antes disso, um laboratório de Palmitinho esteve dois dias com a fotografia para tentar identificar os motivos da alteração. No entanto, só foi possível afirmar que não é uma degradação pela ação do tempo. Durante o período em que esteve no laboratório, a imagem apresentou uma nova mancha.
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